HOJE...
Hoje não falo das cintilantes estrelas
e muito menos que necessito vê-las!
Não narrarei das espumas dos mares
e nem das nuvens flutuando nos ares!
Não exaltarei o piscoso, lauto e doce rio
nem a fauna, flora, Verão e nem o frio
não relato a magnânima e rica natureza,
das suas matas virgens e da sua sutileza!
Por que ver: ondas quebrarem nas praias
e o arco-íris dividindo suas cores em raias?
Recuso ouvir o trilar alegre da passarada
e os ventos sibilando na fria madrugada.
Evito falar desse estonteante azul do céu,
da noite engalanada, pela romântica lua,
plena, esparramada, nua, formosa na rua,
atônito observo : sensível, perdido, ao léu!
O dia despertou: tranquilo e sossegado,
com chuvas poéticas desabando ao lado,
o cinza dominou o azul e a minha mente,
mesmo assim: é deleitável, benevolente!
Nada relato da majestosa e mais linda flor
e nem tampouco deste meu imenso amor!
Hoje me calo, não falo, usufruo, fico mudo,
perplexo, ante a grandiosidade do mundo...