HOJE...

Hoje não falo das cintilantes estrelas

e muito menos que necessito vê-las!

Não narrarei das espumas dos mares

e nem das nuvens flutuando nos ares!

Não exaltarei o piscoso, lauto e doce rio

nem a fauna, flora, Verão e nem o frio

não relato a magnânima e rica natureza,

das suas matas virgens e da sua sutileza!

Por que ver: ondas quebrarem nas praias

e o arco-íris dividindo suas cores em raias?

Recuso ouvir o trilar alegre da passarada

e os ventos sibilando na fria madrugada.

Evito falar desse estonteante azul do céu,

da noite engalanada, pela romântica lua,

plena, esparramada, nua, formosa na rua,

atônito observo : sensível, perdido, ao léu!

O dia despertou: tranquilo e sossegado,

com chuvas poéticas desabando ao lado,

o cinza dominou o azul e a minha mente,

mesmo assim: é deleitável, benevolente!

Nada relato da majestosa e mais linda flor

e nem tampouco deste meu imenso amor!

Hoje me calo, não falo, usufruo, fico mudo,

perplexo, ante a grandiosidade do mundo...

Domingo Lage
Enviado por Domingo Lage em 16/10/2015
Reeditado em 13/07/2017
Código do texto: T5417124
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