Águas Coloridas
Era a última gota de saudade
Que banhava o azul do mar.
A beira do cais tudo parece diferente…
Aqui, vejo praias pequenas;
De águas incolores,
De auroras inocentes,
De mancebos e falsos amores.
Lá, lá o mar não cala
As ondas não cessam
As auroras são inquietantes
E no verde-mar não se achava falsos amantes.
Lá no meu Pará
Converso com a maré
Sentido o frio da água
Que bate no manso pé.
Aqui, meus passos não vejo
Nessa triste área deserta,
Nem meu grito me responde
Só a saudade que desperta.
Nosso Brasil tem seus dilemas
Mas “nada” que seja torvo
E ainda que esteja longe
Não mata de saudade o povo.
Era a última gota de saudade
Que banhava o azul do mar.