Comparada a água
Um dia falaram-me
_Você é insipida, inodora e incolor.
Então eu respondi:
_E indispensável para a vida de todos!
Agora eu fico pensando
Se sou como a água faceira
Que chega de mansinho,
Outras vezes como redemoinho;
Que sacia a sede,
Que alaga uma cidade inteira;
Que fortalece a plantação,
Que também trás destruição;
Se sou barrenta como a água do meu Madeira,
Escura como a do Rio Negro
Ou clara como a do Solimões.
Mas que a água é importante
Eu bem sei que é verdade
Mas e o porquê de tanta poluição?
Por que desperdiçam essa preciosidade?
Vejam só que desigualdade
Há no mundo a gritar
Enquanto alaga a Amazônia
O Nordeste e o Sul estão a secar
Agora se fala de economizar
A água entrou na fama
Também está doendo no bolso
Nada de lavar calçada
Ou poderá ir em cana
Tomara que o povo se toque
Da necessidade que há
De valorizar este bem maior
Que não nos pode faltar.