ESPEREI AMARELO... VEIO COR-DE-ROSA
Na minha chácara, até os ipês brincam comigo!
Esperei amarelo... veio cor-de-rosa...
Como assim?!
Plantei-o pequenininho. Amarelo. Garantiram.
Reguei-o com todo meu carinho.
Desvelei-me em atenção com o sonho dourado que plantara.
Até a esperança era dourada!
De plantinha, virou arbustozinho, que virou arvorezinha, que virou árvore frondosa.
Um ano...dois...três... quatro transcorreram.
A cada um, chegado o tempo,
Vigiava atentamente cada pontinha de galho.
Tentava descobrir algum vestígio de flor... nada!
Já estava desesperançada.
Será que meu ipê era estéril?!
Cá de baixo, olhava, vigiava as pontinhas dos galhos, lá em cima
E nada!...
Um dia, final de julho, adentrando a porteira,
Por acaso passeei os olhos na copa desnuda do meu ipê.
Algo prendeu-me a atenção! Mexeu comigo!
Parecia um pequenino cachinho de flores!
E era. Mas... como? Rosa?!
E eu que esperara tanto pelo amarelo!
Aquela visão surpreendente, mágica,
Empanada um pouco pela decepção,
Retomou logo seu encantamento.
Meu ipê estava florindo!
Não importava mais que não fosse amarelo.
O que deixava-me feliz é que não era estéril.
Era o ipê florido! O meu ipê!
Os dias passaram e mil outras florinhas foram surgindo...
Como ficou lindo o meu ipê!
Como enfeitou o canto esquerdo da entrada da chácara!
Agora, ainda resta um que não revelou sua identidade.
Será amarelo? Vamos esperar pela próxima florada.
Enquanto isso, vou torcer
Para que do outro lado da entrada da minha chácara,
O meu sonho dourado acorde.