A FRUSTRAÇÃO DO BEIJA-FLOR

A FRUSTRAÇÃO DO BEIJA-FLOR

As flores de plástico enganaram o beija-flor.
Tornaram seu alimento uma ilusão de momento.
Batia imponente as suas asas azuis,
Corpo esbelto, bailando no ar.

Bonito de se admirar.
Entretanto ...

O beija-flor fora enganado.
Talvez não entendera o que ali se passara.
Vistosas e coloridas flores, duras de se alimentar.
Não serviam ao seu paladar.

Olhou-me frustrado pela janela do meu apartamento.
Enquanto eu, deliciava-me no café-da-manhã.

Quantas manhas da minha emoção.
Eu fartando-me e ele atento.
Para o beija-flor, apenas frustração.

Ele ficou sem o seu néctar.
Tentei desvendar o seu desejo.
Sua tristeza de não ter a refeição, ou pior,
de não fazer cumprir na natureza,
a sua honrosa missão.

Dai o lampejo divino me traria um pouco de consciência-dor,
Percebi que naquele instante,
Por adornar o ambiente em plástico, de flor,
Da natureza me senti um traidor.

Fui eu que não deixei que ele beijasse a flor
(porque na varanda não existem flores).
São enfeites. De coloridas cores.

E o beija-flor foi embora.
E nunca mais voltou.

A frustração do beija-flor,
tornou-se à mim resignação.