Cruzes
.:.
Cruzes
Adoro as muralhas verdes da natureza,
ressignificando minha clorofila;
restabelecendo minha fotossíntese animal.
Adoro as flechas por detrás das cruzes...
Sangrando para além dos meus frágeis punhos;
transfigurando-se para o além-túmulo.
Adoro o aconchego dos matos...
O repique dos sinos, anunciando a resignação,
dobra meus joelhos.
Em sinal de respeito, faço o sinal da cruz.
Cruzes e flechas.
Natureza viva,
confrontando a morte gratuita
que impera no asfalto das cidades.
Nijair Araújo Pinto
Mulungu-CE, 11 de julho de 2015.
21h57min
.:.