Beija-flor no varal

No varal solitário, não tem poesia,

Não tem verso, nem rima, mas tem...

Um beija-flor curioso, que a tudo via,

Por trás da janela, e do mundo além.

Em seu traje elegante, dizia bom dia,

No silêncio que lhe caia bem, o vento;

Se fazendo cortes, veio em calmaria,

Não lhe tocou as plumas, e a contento...

Retribuiu no verde imperando sobre cinza,

Do dia, das horas que agasalham a manhã;

E se tudo era úmido e frio, de face ranzinza,

Parecia provar que beijo é uma doce romã.