O RIO AGONIZANTE
O RIO AGONIZANTE
O rio corre agonizante.
Morre um pouco a cada instante
suplicando por socorro.
Ao vê-lo me compadeço.
Por seu suspiro entristeço
e por dentro também morro.
São rios, matas, animais,
amados e venerados
pelos nossos ancestrais.
Ignorados pelos descentes.
Tantos seres inocentes...
Vítimas de indecentes
Indignos de pisar neste chão
amaldiçoando a terra
ao toque da própria mão.
Sei que há um homem disposto
verter sangue e suor do rosto
pra mudar o curso da história.
Reconduzindo a humanidade
ao seu futuro de glória.
Ele dotado de uma semente
com amor mais que ardente
aquecendo corações.
Falando com sopro forte.
Calando a própria morte.
Ressuscitando nações.
Olharei de novo o rio.
Águas puras cristalinas.
Verei cenas mais divinas.
Matas verdes, flores a perfumar.
Escutarei pássaros entoando hinos de louvor.
Verei crianças do amor inocentes a brincar
e outra vez eu vou cantar; viva o homem renascido!
Viva o rio que corre manso em busca do seu descanso,
do seu leito merecido.