SÓ UM PODE ME DOMINAR

De repente em silêncio acontece

De repente sem nada nos avisar

De repente tudo há se transformar

De repente surpresos iremos ficar.

De repente o sol há sumir

De repente é a chuva há chegar

E ela bem sublime há exclamar:

Cheguei para transformar

Sou ambígua estou do seu lado

Estarei incluso em todos os ângulos

Sem me vocês jamais poderão ficar.

Sou capaz,forte, bela,generosa

Mas as vezes chata e nebulosa

Tenho meus lados baixos e altos

Encho os lagos, represas,rios, riachos

Transformo os mares calmos em bravios

Estou nas estrelas no céu azul anil

Nas noites de lua ou nas noites nubladas

Nas nuvens a caminho ou paradas

No manto da noite no sereno da madrugada

No orvalho sobre árvores encorpadas

No mel das abelhas no canto da passarinhada

Em qualquer existência em todas jornadas.

As vezes tenho missão complicada

Mas tenho que cumprir mesmo árdua

É um tornado que surge em disparada

É um terremoto de madrugada

É um vulcão na sua despertada

É um contraste no silêncio da estrada

É uma luz que candeia lá na treva

É a pura razão de se amar vida desejada

Acreditar que sem a ternura da natureza

De fato não seremos nada.

De repente não mais que de repente:

Me apresento bem valente ou mais consciente

Levo o homem para o túmulo eternamente

conjugo a minha história na vida presente.

Derrubo a palmeira adormecida

Abraço a roseira estremecida

Sou filha da razão esclarecida

Composta,abstrata,divina,protegida.

A esperança que nasce nos roçados

As chuvas que molham o solo queimado

Estou no presente,futuro, passado

De repente está tudo bem enxuto

Sou o sol absoluto bem do alto há brilhar!

Então verás tudo que posso acrescentar.

Por isso digo:

Muito prazer em me apresentar!

Sou eu a natureza de infinita grandeza

Que só um pode tranquilamente me dominar.

JOSÉ ANTONIO SILVA DA CRUZ
Enviado por JOSÉ ANTONIO SILVA DA CRUZ em 22/05/2015
Código do texto: T5251170
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