Lirismo Prateado

Mas, Misericórdia! Que lua é essa,

Que me invade a aquarela.

Tinge de prata,

Que, suavemente, acata.

Clareia a floresta

Como quem se confessa.

Uma delicadeza constrangedora,

De tão acolhedora.

Seu debruçar

Escorre pelos braços dos coqueiros

Alterando o quadro natural, por inteiro.

Perde-se o fôlego com seu deslumbrar.

Conforme vai passando,

Sensualmente desfilando,

Pelo seu palco,

Lá no alto.

Vai alterando,

Redesenhando

Troncos e galhos

Folhas e tacos...

Lúcidos atalhos

De invisíveis compassos...

Eita! Que lua é essa,

Que me atravessa

Impelindo-me,

Convergindo-me

Ao excepcional,

Só encontrável no natural!

"Por um momento meu canto contigo compactua"

https://www.youtube.com/watch?v=jJrTeTtKK-Q

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 12/05/2015
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