Flores mortas e vivas
Flor de plástico, não se cheira...
Beleza estática, cheia de poeira,
Descolorida e sem um real brilho;
Enfeita a mesa em cima do trilho.
Amarela pétala nas mãos do menino,
Que ri, acha graça no formato de sino;
Desfigurada, não se envergonha por nada,
Não sentiu quando a pétala foi arrancada.
Flor de plástico, beleza que se faz injusta,
Fica, mas sem vida não sente, não escuta,
A brisa afaga, o sol aquece, e o olhar enjoa,
Ocupa lugar da flor viva, lá fora, borboleta voa.
Há vida, acaricia folhas e flores a chuva do céu,
Insetos passeiam, as abelhas fazem seu papel;
Morrem cedo, injusta beleza, congelada no olhar,
Expostas sobre a mesa, disputam também seu lugar.