EU RETIRO ALGUNS VERSOS
Eu retiro alguns versos
das flores que florescem,
já que outros fogem
dispersos, por entre
os orvalhos
que amanhecem,
e se derramam pelas
plantas refrescantes;
enquanto o sol,
até agora morno,
não enxuga o frescor
da manhã nas frondes
verdejantes das árvores
que ainda adormecem
tão antigas, imergidas
em íngremes boqueirões
profundos; onde quase
sempre, fluem os riachos
às baixadas, e o olho
do sol penetra tímido,
por entre as árvores
frondosas, quando
os meus versos se nutrem
de tuas seivas vegetais;
para após, embelezarem
as algas ribeirinhas,
os peixes e toda maravilha
lírica da vida aquática;
onde almas poéticas
emergem dos leitos
dos rios, para acolherem
os meus versos em tuas
consciências desencarnadas.