O SERTÃO DO SERTANEJO

Fim de tarde

na planície sertaneja.

O indício solar

exibe a beleza

crepuscular.

Após o canto mavioso,

indecisa,

a juriti voeja.

Busca escolher

a árvore mais adequada

para repousar.

No fim do dia,

após o banho,

o que o sertanejo

mais deseja,

é sorver o café saboroso

feito recente.

A luta do sertanejo

e a paz do sertão

convivem irmanados

divinamente.

O sertanejo é,

antes de tudo,

um forte, já disse

Euclides da Cunha,

em Os Sertões!

Visto que, a terra

é, para ele, como

as almas sensíveis,

edificando

os humanos corações.

O sertão, em sua

aridez quase desértica,

sobrevive da chuva

que Deus manda

eventualmente,

molhando o solo

e gerando férteis

oásis, protegidos

pela pouca sombra

do mandacaru.

Desse modo, olhar

com fé para

o céu ensolarado

é um gesto habitual

do sertanejo, sempre

esperançoso de que

as nuvens brancas

se transformem

em nuvens escuras,

para que a evaporação

da água se reverta

em chuvas abundantes

fertilizando a terra

bendita, propiciando

as condições naturais

aos inúmeros plantios.

Por fim, o sertanejo nativo,

aquele que não pensa

em fazer outra coisa,

além de plantar para

colher, jamais pensa

em abandonar a terra

que nasce e nela quer

morrer; porque a terra

para ele, é a sua morada,

a sua sobrevivência,

o seu ninho fecundo

para viver em família,

a sua razão essencial

de existir, de lutar,

de procriar, de amar,

em harmonia

com a natureza.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 03/04/2015
Reeditado em 20/06/2022
Código do texto: T5193545
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