CHORO DO JARDIM
Se as flores do jardim falassem
Confessariam sem pestanejar,
Antes que os raios de sol sumissem,
O abrir da boca do botão de rosa,
Não seria para gargalhar.
Não seria para cantar,
Mais seria para prantear
Sentimento que nunca expusera
Seu silêncio acabara
Com todo pulmão gritara:
Homens sem alma.
Com tamanha frieza,
Perderam a calma.
Molestaram a natureza.
Homens sem coração.
O que te aguarda é a destruição.
Se as flores do jardim falassem,
Confessariam sem pestanejar,
Antes que surgissem os raios de sol,
O abrir da boca do girassol,
Exalariam néctar qual sangue.
Púrpura vermelho carmesim,
Ou regalaria outrossim.
Para o escarlate,
Com folhas de abacate.
Para a aplacar a situação.
E anuviar a poluição.
Quebra de mão.
Confirmariam o embate
Cores firmes a chamar atenção.
Homens sem coração.
O que te aguarda é a destruição.
Se as flores do jardim protestassem
Em represália desceriam do caule,
Deixando os espinhos o episódio dominar,
Pétalas desidratadas sem desabrochar.
Arbustos, ramos e ramalhetes iriam agregar,
Entre pétalas e perfumes em profusão emanar
Soluços profundos iqual jamais ouviu chorar.