RIO CACHOEIRA: VENTURAS E AGRURAS
O desbravador valente
encheu seu leito de amores,
O tropeiro renitente
arrostou os seus furores,
A lavadeira contente,
encheu suas pedras de cores!
O aguadeiro diligente,
abasteceu seus senhores
O areeiro inclemente,
lhe escavou sem pudores ,
Foi ganha-pão excelente
de índios e pescadores!
O vivaz adolescente
nadou ágil em seus vigores,
O bambuzal, imponente,
acolheu garças e flores,
O jasmim alvinitente,
espalhou os seus olores!
Hoje, a jazer descrente,
sem esperanças, em dores
É o retrato eloquente
do descaso dos “doutores”,
Na realidade vigente
que só lhe traz dissabores!
Na ignorância premente
E no desprezo aos valores,
A ingerência impudente
lhe proporciona horrores,
Da política indecente
a produzir maus gestores!
O rio cachoeira, impotente,
padece em seus estertores!
Eglê S machado
01/03/2015
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