A CIDADE E O MATO
Tempo de contrastes entre a cidade e o mato,
Ir da cidade ao mato era uma grande odisseia,
Viagem de carro para durar mais de meio dia,
Com os maiores inconvenientes duma estrada
De buracos e lama, era na verdade um drama.
O dia no mato era uma libertação, um paraíso,
Onde o apetite de viver era mais real, tão vivo,
Que não dava vontade de voltar àquela cidade,
Que me viu nascer e crescer. Pra posteridade.
Ali ficaria toda a vida, longe do bulício da urbe.
No mato tinha a companhia do verde da floresta,
Dos amimais livres que felizes se manifestavam
Com seus gritos e pulos de árvore em árvore,
Dos rios de água cristalina, corrente e suave,
Que serpenteando pra bem longe eles seguiam.
À cidade contrariado eu acabava por regressar,
Ficando triste e saudoso por o mato eu deixar,
Embora sempre ansioso de ao meu mato voltar.
A fauna e flora e gentes genuínas, inocentes.
Eram o símbolo de simplicidade de boa gente.
Ruy Serrano - 17.02.2015