Libélula
Quero ser livre, bem assim, nessa estrada infinita
Feito libélula a beber água dos rios e bater asas
Feito os passarinhos que entoam canções de vida
E como um andarilho apenas ir, sem ter morada
Sem ter pra onde voltar, ter apenas essa estrada
Sem saber quem sou, nem saber pra onde vou
Conhecer de orvalhos, tilintar de gotas d’água
Da chuva que meu rosto molhou e o vento secou
Ver pétalas de rosas a voar igualzinho borboleta
Na estação mais linda do ano inteiro, a primavera
Esquecer que o coração sofreu e sentir a certeza
Que o perfume das rosas dá alegria, uma nova era
Cheia de sobrevoos pelos jardins de tudo que amo
Observar chuviscos e ter prazer nas gotas úmidas
Não ser de ninguém ao ver o sol se por, por encanto
E mais tarde ao ver as estrelas tão lindas e únicas
Uma a uma, pipocando a luzir, celestes e delicadas
Agradecer a Deus por existir aquela maravilha
Por ter um chão de relva, um outro dia na estrada
Libélula a beber água, pássaros com canções de vida.