PALAVRAS ALADAS E CIRCULARES - DESOBSTRUÇÃO DAQUILO QUE NÃO DEVE CALAR-Roberta Lessa

Palavra quando escrita torna-se alada, por isso não mais pertence àquele que ousou escrevê-la.

Escrita quando lida torna-se amada, por isso não mais pertence àquele que primou entendê-la.

Entendimento quando processado torna-se saber, por isso não mais pertence àquele que esmerou transmiti-lo.

Transmissão quando captada torna-se símbolo, por isso não mais pertence àquele que frutificou semente.

Semente quando gestada torna-se vida, por isso não mais pertence àquele que gerou oportunizá-la.

Oportunidade quando chegada torna-se possibilidade, por isso não mais pertence àquele que cerceou movimentá-la.

Movimento quando circular torna-se cíclico, por isso não mais pertence àquele que transmutou palavra.

Por isso voar é também permanecer com todos os amores e saberes alados.

Por isso amar é também transcender com todos os saberes e símbolos amados.

Por isso saber é também discorrer com todos os símbolos e vida sabidos.

Por isso simbolizar é também conceber com todos os viver e circular simbolizados.

por isso viver é também perceber com todos os círculos e voos vividos.

Por isso circular é também alvorecer com todos os voos e amores circulados

A força maior é aquela que nos impele aos voos exacerbados de instantes bem vividos.

A vivência maior é aquela que nos compele aos avanços concatenados de momentos bem curtidos.

A curtição maior é aquela que nos repele aos lugares esperados de segundos bem gerados.

A gestação maior é aquela que nos modele aos desconfortos consentidos de tempos confundidos.

A confusão maior é aquela que nos apele aos abortos abrigados de compromissos obrigados.

A obrigação maior é aquela que nos imbele aos armamentos possuídos de referenciais concluídos.

A conclusão maior é aquela que nos rebele ao estabelecer equivocados de potenciais desperdiçados.