RIO CONGO

(Versos sem rimas, mas sentidos)

Rio das minhas memórias, de tamanha grandeza,

És o sétimo maior do nosso Mundo,

Banhas terras férteis,

Do berço do Homem.

Vives em África.

Nasceste nas Montanhas do Vale do Rift, na Zâmbia,

Onde foste baptizado de Lualaba,

Desceste à floresta e à planície,

Passaram a chamar-te Congo,

Na Foz és o Zaire.

As tuas águas quentes de muita força e volume,

Regam as imensas terras produtivas,

Repartes a beleza e os cheiros,

Das margens que abraças,

Com sedutor mistério,

Visitas grandes países de África, também Angola,

Misturas-te com as praias de Cabinda,

Perdes a tua castidade com o petróleo,

Que te espera na porta de entrada

Do oceano Atlântico.

Não esqueço o barulhar da tua corrente poderosa

O arrastar dos aromas das tuas margens.

Do teu assédio à fauna e flora,

Que te rodeia e é impotente,

Para te evitar.

Foi para mim marcante, quando tu me aceitaste,

No teu dorso forte e possante,

Permitindo que eu atravessasse,

As tuas margens distantes,

Para Cabinda alcançar.

Das minhas memórias que guardo de África,

A par da minha abençoada Cabinda,

Tu és a minha rainha, sem coroa,

Com a monarquia substituída,

Pela Republica falida.

Ruy Serrano – 14.12.2011