PASSAR DO TEMPO

A tarde passou,

meu amor,

e nem percebemos,

sentados tão tranquilos

à beira do rio...

Sabemos que em nosso

amor renascemos

amorosos, qual sol,

num dia de estio.

E é esse sol

no ocaso, por trás

do casario,

que faz o anoitecer

ser tão breve

nos verdes campos;

tão manso corre o rio,

e traz o vento frio

junto com os fosforescentes

pirilampos.

Perto do lar campestre

que nos abriga,

já repousam os peixes

no leito sombrio

do rio; a ouvirem

sonolentos,

a cantiga melosa

da mãe-d’água

com muito brio.

E é também

nesse anoitecer

ribeirinho,

sob o brilho

do luar e do céu

estrelado,

que nos amamos

deliciosamente

em nosso ninho

de amor, sentindo

a brisa fresca

vinda do rio,

a correr tão manso

por entre

a diversidade

da flora matizada.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 15/10/2014
Código do texto: T4999779
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