A doce e temível Coruja

A coruja repousada no velho tronco me espreita,

percebo seu olhar de viéz...

Ela me vê? O que está a pensar?

Ou, será que eu a vejo? Sou ela?

Não? Estou nela!?

Ah, doce e temida coruja! Pudera ter seus olhos noturnos,

e toda essa força misteriosa e pungente.

Pudera ter essa harmonia e esse canto tão profundo e envolvente.

Nas suas brisas voar e ter o mundo sob uma perspectiva única e crescente.

Ser dona de si, se abster de tudo e ainda assim permanecer insolúvel.

Bela coruja, minha guia terrena.

Leve-me para a mais alta colina,

me empurra bem lá do alto feito tua cria, tão pequena e tão frágil,

Para que eu possa cair completamente, ou por fim, voar como ti.