O JULGAMENTO DA ÁRVORE
Pelo verde da folhagem,
A beleza da paisagem,
Pena: vinte machadadas;
Por dar frutos, grande crime,
Tua culpa só redime
Com mais vinte machadadas.
Pela sombra refrescante
Que reanima o viajante,
Pena: vinte machadadas.
Pelo ar que respiramos,
Outra vez te condenamos
Com mais vinte machadadas.
Por meu braço estar cansado,
E por ter gasto o meu machado,
Não me dói a consciência
Condenar tua inocência
Com mais vinte machadadas.