O JULGAMENTO DA ÁRVORE

Pelo verde da folhagem,

A beleza da paisagem,

Pena: vinte machadadas;

Por dar frutos, grande crime,

Tua culpa só redime

Com mais vinte machadadas.

Pela sombra refrescante

Que reanima o viajante,

Pena: vinte machadadas.

Pelo ar que respiramos,

Outra vez te condenamos

Com mais vinte machadadas.

Por meu braço estar cansado,

E por ter gasto o meu machado,

Não me dói a consciência

Condenar tua inocência

Com mais vinte machadadas.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 06/10/2014
Reeditado em 27/04/2017
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