O BEIJA-FLOR

Nutre-se o beija-flor

do néctar da flor,

num breve instante

de singular destreza;

no fluir do orvalho

ante o morno albor

matutino, em sintonia

com a natureza.

Apraz-se, beija-flor,

no jardim do amor;

ao levitar, tremule

em sua alada beleza;

sorve, beija-flor,

no bico, o açucarado

néctar incolor; depois,

voe ao ninho de vegetal

singeleza. Revoa, tão

célere, para absorver

em outra flor, o mesmo

alimento adocicado

tão natural; de galho

em galho, com tamanha

leveza, exerce o pendor

inato de voar; e, com

gestos ágeis, deixa

no vento, suave aroma

floral. Voa tão livre,

beija-flor, como alma

desencarnada!... Voa

por entre os jardins,

por entre os campos,

por entre as florestas!...

Voa com hábil destreza,

de pequenino pássaro,

no deleite de sua vida

alada!... E, quando

anoitecer, beija-flor,

decerto, pousará num

galho de árvore, de um

arbusto, ou até mesmo

no ninho para dormir

em família; posto que,

o novo dia virá e com ele

o seu novo despertar,

para nutrir-se novamente

do néctar das flores,

na alegria do dia

em harmonia

com a natureza.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 02/10/2014
Código do texto: T4984752
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