O BEIJA-FLOR
Nutre-se o beija-flor
do néctar da flor,
num breve instante
de singular destreza;
no fluir do orvalho
ante o morno albor
matutino, em sintonia
com a natureza.
Apraz-se, beija-flor,
no jardim do amor;
ao levitar, tremule
em sua alada beleza;
sorve, beija-flor,
no bico, o açucarado
néctar incolor; depois,
voe ao ninho de vegetal
singeleza. Revoa, tão
célere, para absorver
em outra flor, o mesmo
alimento adocicado
tão natural; de galho
em galho, com tamanha
leveza, exerce o pendor
inato de voar; e, com
gestos ágeis, deixa
no vento, suave aroma
floral. Voa tão livre,
beija-flor, como alma
desencarnada!... Voa
por entre os jardins,
por entre os campos,
por entre as florestas!...
Voa com hábil destreza,
de pequenino pássaro,
no deleite de sua vida
alada!... E, quando
anoitecer, beija-flor,
decerto, pousará num
galho de árvore, de um
arbusto, ou até mesmo
no ninho para dormir
em família; posto que,
o novo dia virá e com ele
o seu novo despertar,
para nutrir-se novamente
do néctar das flores,
na alegria do dia
em harmonia
com a natureza.