A LUA SEGUE MEUS PASSOS
A LUA SEGUE MEUS PASSOS
Clarão brilhante
Foco prateado e frio
É visto em quatro fases
Encantando o céu anil.
Dama das noites do solitário
Do banco palco da praça
O espetáculo
Das juras dos namorados
Testemunha do pecado.
Em meio à mata
Abre caminhos de prata
E sem pedir licença
Pelas fretas dos telhados
Acode as casas num convite
A noite se agasalhar.
Lua cheia do meu amor
Quarto crescente das minhas intenções
Quarto minguante das minhas ilusões
Lua nova que me renova as emoções.
Nos meus passos cansados
Espalhas pela trilha glamour
Fina luz do teu dulçor
Esmero gesto de carinho
Acariciante da alma sozinha do amor.
Olho pra ti e teço um diálogo sem palavras
Transcrito pela pena da resignação
De um peito que vagueia
Pela falta da comunhão.
Os passos que percorro em tua companhia
É carta de alforria, grito atrelado à janela da alma.
Nela debruço-me em silêncio angustiado
Que recebe o anestésico emanado da tua luz
Magia incandescente, sobre mim seu manto.
E nesses passos sob teu olhar luz
Suave, mágico, dos alienados a linguagem
É que vivo o irreal do que penso
Em troca do real que me atormenta.
Lua das noites versáteis
Do canto de roda
Das mãos entrelaçadas
Dos suspiros veementes
Tens o poder de guiar corações
De reservar esperanças
De ressuscitar as mais remotas histórias
E dos contos extrair seus encantos
Só não podes em mim
Parar meu pranto.
JairMartins
Buriti, 09.05.2002 - 21h35