Orvalho
Na manhã fria a paisagem desperta
E os pássaros entoam sagrados hinos,
A umidade segreda no tear matutino
Sussurros que são arrepios de alerta.
Tímido sol desponta como elixir da vida
E o vento assopra perante as nuvens,
No solo molhado e rasteiro se reproduzem
Jovens esperanças; as velhas, despedidas!
As plantas choram e as folhas se renovam
No apêndice natural que é o retrato
Da odisseia progressiva de todos os anos...
No decorrer das estações mistérios inovam
Caracteres que respiram no tom do orvalho
A fotossíntese do que realmente somos!