Orvalho

Na manhã fria a paisagem desperta

E os pássaros entoam sagrados hinos,

A umidade segreda no tear matutino

Sussurros que são arrepios de alerta.

Tímido sol desponta como elixir da vida

E o vento assopra perante as nuvens,

No solo molhado e rasteiro se reproduzem

Jovens esperanças; as velhas, despedidas!

As plantas choram e as folhas se renovam

No apêndice natural que é o retrato

Da odisseia progressiva de todos os anos...

No decorrer das estações mistérios inovam

Caracteres que respiram no tom do orvalho

A fotossíntese do que realmente somos!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 17/09/2014
Código do texto: T4966018
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