Falando ao passarinho
Porque choras passarinho,
Nesse silvo amargurado,
Cantando um desencanto,
Pelo meio do caminho.
Será que a relva doce não sustenta mais teu canto?
Será que a mata verde não alimenta mais tua fome?
Será que o vento trouxe notícias do teu amor?
Ou será que está sozinho e não suporta a tua dor?
- Não só estou tão sozinho,
como a brisa me levou,
o canto da minha amada,
que tão triste me deixou.
- A relva que era doce,
não sustenta mais meu canto,
ou até a mata verde,
que não mata mais minha fome.
- De que adianta meu canto,
sem meu canto em seu lugar.
A vida não tem sentido,
perdi a vontade de amar.
Você que é um passarinho,
Que passa a vida a cantar,
Cante para o seu amor,
Pra ele nunca lhe deixar.
Entrar com o canto é a saída,
Para o amor conservar,
Mesmo que você não cante,
Nunca pare de encantar.