Sou Vento
Sou o ar que seca as lágrimas
Do fluxo que transcende a visão
Refresco o calor que vem da alma
Trago o aroma onde se revela a paixão
Num todo, permaneço presente
Sou essência que se respira
Viajo pela névoa decorrente
E toco o suor de quem transpira
Sou desejo do imenso deserto
O ar que dá vida ao pulmão
Levo as dores e feliz desperto
Semeando a beleza em comunhão
Nuvens são eternas companheiras
As folhas são transportadas por mim
Elevo o som e balanço palmeiras
Alimento dos frutos, saciedade sem fim
Seco roupas do varal da casa
Celebro tempestades, chuvas de prata
Trago o ar que faz queimar a brasa
Transporto sementes, frutos de caça
Sem relevar o que sugere a existência
Sou o canto em natural reverência
Invisível fonte de vida, enigma da essência
Sou penas o vento, em pura vivência...