ÁRVORE MORTA
Triste árvore morta,
sem a prece das flores,
sem o brilho dos frutos,
esquecida na paisagem
da estrada sem destino...
Já não abriga cantigas
nem aconchego de ninhos.
Nem o sol nem o vento
penteiam seus verdes cabelos
perdidos na morte e no tempo.
Seus galhos retorcidos,
mortos, estendidos ao céu,
são braços sem sangue,
descarnados braços
suplicando em vão.
No pó do chão, o contorno
da sombra silenciosa
- esgar de medo e treva,
marca e sepultura
de todas as sementes...