O CAVALO

De dia e de noite,

o cavalo se nutre

no verde capinzal.

No silêncio

bucólico da pastaria,

a terra

é quase sempre verde,

e o céu

quase sempre azul,

para quem contempla

com os olhos líricos,

a natureza.

Para o cavalo que pasta,

ora parado,

ora em suaves passadas,

as horas não têm

nenhuma acepção;

e o tempo inexiste,

como na eternidade.

Por isso, arredio,

ele abana o rabo

para tanger as moscas

de seu lombo.

Por isso, arredio,

ele pasta, pasta, pasta,

até o momento

de seu dono

ir procurá-lo,

para, sobre ele,

cavalgar.

Ó que alegria do cavalo,

pastando,

tão belo e tão livre

no campo verde!

Ó como é lindo

ver no cavalo,

a sua destreza

animalesca!

Ó como é saudável

vê-lo nutrido e disposto,

para o deleite

de seu dono!

Há no cavalo,

uma calma

que às vezes,

o homem não a possui.

Há no cavalo,

uma brutalidade

que às vezes,

o homem a possui.

Há no cavalo,

não a inteligência

de saber de si

e das coisas,

destinada

por Deus ao homem.

Mas, o instinto natural,

dádiva também de Deus,

que lhe permite

só sobreviver:

para pastar,

para correr,

para cavalgar,

com ou sem

o cavaleiro!

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 09/08/2014
Código do texto: T4915589
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