Vejo luzes intensas que só querem me encantar,
de portes distintos, nem sabem do meu olhar!
Corpos celestes além deste horizonte alienado.
Vou andando embaixo deste incrível elevado...
Caminhando pela noite, numa estrada sem fim,
deixo o chão lá atrás, que se esqueceu de mim...
Cada brilho neste céu luzente é uma quimera.
Lágrimas lavam o chão e apagam o que eu era.
Um gemido ao alto aceso-rubro, anil e dourado...
Potências de bilhões de anos, ouçam o meu brado!
A ilusão de que a altura sublime acate o meu grito-
estou peregrinando, no nevoeiro do meu espírito...
Que eu seja reluzente para sobreviver aí em cima.
Sou poeta e chegaria ao clímax ao ver tanta rima!
Quero purificar a alma e reflorescer neste calor...
Posso até morrer, no meio de tanta energia e amor.
Tenho uma insistência; quero contar as estrelas...
Todas têm essência; no céu é impossível não vê-las!
Fito o alto e desce um pranto eterno no meu rosto...
Fecho os olhos e peço que expire o meu desgosto!
Respiro o sentimento de culpa ao esquecer a claridade...
Eu sei que, apesar da dor, acima de nós reluz a verdade.
Somos feitos do pó das estrelas que são obras de Deus.
Que a luz do céu desça sobre nós e corrija os fariseus!
Janete Sales Dany
Poesia registrada na Biblioteca Nacional
do Rio de Janeiro no livro:
"ACIMA DE NÓS RELUZ A VERDADE"
E OUTRAS
Registro: 652761