A VIDA NA FAZENDA - SÍTIO CACHOEIRA

De manhã, muito cedo, ainda de madrugada.

O cantar da passarada ouvíamos com atenção

Aquele coral, harmonizado era uma beleza.

Onde a mãe natureza formou com perfeição

Na represa do açude, o canto da jaçanã.

Muito cedo de manhã, a gente ouvia bem.

Ouvia-se o canto do galo ali mesmo no terreiro

E as galinhas no poleiro, cantarolavam também.

Os vaqueiros no curral desleitavam a vacaria

Ainda cedo do dia, era um movimento danado.

Botavam ração no cocho, para as vacas ordenar.

E depois do leite tirar, liberavam todo o gado,

Tirando o leite, transportavam num caminhão.

Por uma estrada de chão, levavam para cidade.

Com o apurado, as despesas todas pagavam.

Em vaidade não pensavam, esta é a realidade.

La no sítio da cachoeira, tudo isso acontecia.

Minha gente todo dia, era grande o movimento.

Tudo eles faziam, sem nada ninguém reclamar.

Essa forma de trabalha era um divertimento.

Ao entardecer, ouve-se ainda o canto do juriti

E também do bem-te-vi, numa árvore ali ao lado.

O sol se escondendo, dizendo que o dia findou

E naquele dia o labor, pra todos está encerrado.

E é assim que na fazenda ou sito, a coisa anda

Eles sentam na varando e começam a prosear

Mas dormem cedo, porque o outro dia espera

E ninguém se desespera só pensam e trabalhar

Mais outro dia, os trabalhos começam de novo

E o movimento do povo, entra na mesma rotina

Tomam o café, com cuscuz, leite e pamonha

A luta lá é medonha, começa cedo é na matina

Lá tem muita fartura, talvez não tenha dinheiro

Ali cada companheiro, tem a vida como emprego

Quem vive mesmo no sítio, não pensa em vaidade

Lá é melhor que a cidade pois lá existe sossego

É muito grande a fartura, em cada refeição.

Pois a alimentação vem mesmo da fazenda,

É mesmo muito pesada a luta daquela família

Esta é a luta todo dia para consegui a renda

Os fins de semana para aquele povo não existe

Porem ninguém fica triste com esta situação

Cada domingo é igualzinho a segunda-feira,

De gibão e com perneira e esta a luta do sertão.

Luís Gonçalves
Enviado por Luís Gonçalves em 13/07/2014
Reeditado em 13/07/2014
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