Soure, no Marajó: tela de cinema a céu aberto

Em Barra Velha e Araruna

o Vento Norte cospe

esta uma paisagem

que petrifica a vista,

encrespa o mar

e solidifica o céu

em cinza e preto:

entes que se dissipem

quando o azul celeste

os substitui, sorrindo,

salpicando por aqui e por ali

seus brancos carneiros de pelúcia,

colocados lá

– não duvido nada–

por nossa mais

inusitada imaginação...

Esculturais corpos

de vermelhos mangueiros,

em exposição dispostos

aqui, ali e acolá, na floresta

e na areia, com vista para

a vasta baía, mimetizam

uma in-crível tela

de cinema natural,

pondo a nu a inadiável questão:

– Por que a longa demora

Em conhecer tal cenário?

Talvez, como diria Bob Dylan:

“A resposta, meu amigo, está soprando no vento!”

E o encanto toma conta de nós!