FIM DE ESTAÇÃO
Perdi penas com o meu penar,
A água da fonte perdeu força,
As árvores ficaram sem folhas,
Deixou de chover, vou guardar
Para no inverno ter alimentos
Com que me possa sustentar.
O inverno será longo, o lume
Da lareira acenderei, aquecer
É a minha prioridade, até ver
Se não terei algum queixume.
De alguém que me pertenceu,
Me deixou e engano me deu.
Depois do inverno se despedir,
Dias quentes e de sol chegarão,
As árvores a florir começarão,
Vaidosas, verdejantes e belas,
Desafiando os barcos de velas
A lançar-se ao mar, num porvir.
As andorinhas de novo, alegres
E chilreando, chegam e volteiam
Pelos meus beirais, manuseiam
Seus ninhos para os pequeninos
Filhos que irão procriar, meninos
Que eu apadrinharei com prazer.
Ruy Serrano - 07.06.2014, às 10:20 H