POEMA CREPUSCULAR
Abro a porta pra sair
e logo a tarde me abraça
enquanto uma brisa atrevida
me faz cócegas no ouvido...
O rio me acena
com longínquos horizontes,
e a vela de um barco
é um branco e dolorido adeus.
O sol já foi embora...
Pintou o firmamento
de vermelho e amarelo,
que a noite ao vir chegando
se apressa em desfazer.
E no céu que empalidece
as estrelas esperam
a lua se enfeitar.
Há uma quietude tão serena
que ouço o suspiro da folhagem
na esperança do luar.
E imagino, na rua a ensombrecer,
as sombras de fantasmas
a andarem por onde andaram
com saudade de viver...