SEMEAR
O vento brando
Que se afaga em minha tez
É aquele mesmo que aplacou
As velhas marcas d’um passado
E se espalhando em ascendência
Adolesceu semente sã sobre esse chão...
E com a térmica do sereno alvorecer
Que faz regar as verdes folhas, plantação
Vem confortar o doce mel do meu prazer
A ornamentar-se como bela atração...
No vento forte
Que sacode a capoeira
Também segue as secas folhas
Espargidas, rematadas pelo ar
Arrepanhadas e infecundas
Permutadas com o pó d’uma poeira...
Essa intensa ventania
Que vem dos ares tão distantes
Esgotando em revoadas
As claras águas das garoas
Enxuga o pranto d’uma noite que tardia
Atravessando pelos quatro horizontes...
E a brisa mansa
Das frias tardes de inverno
Traz flores belas para uma nova primavera
Inda exalando o perfume do outono
Colorindo o verão de um céu azul
Sob as cores d’um excêntrico arco-íris!
Autor: Valter Pio dos Santos
13/Mai/2014