Natureza morta
Da varanda que estou
Observo o ninho da ave
Pássaro no muro estreito,
Inseguro
Outro lugar não há.
Segurança imposta por gente,
Não conquistada pelo instinto animal
Faminto homem cruel.
Natureza roubada,
Ultrajada, ensanguentada pela fúria insensata.
Vitoria farsante arrogante.
A pomba indefesa no muro
Não é da paz, condenada natureza.
Sua prole morta, a sua,
É a nossa.