Natureza morta

Da varanda que estou

Observo o ninho da ave

Pássaro no muro estreito,

Inseguro

Outro lugar não há.

Segurança imposta por gente,

Não conquistada pelo instinto animal

Faminto homem cruel.

Natureza roubada,

Ultrajada, ensanguentada pela fúria insensata.

Vitoria farsante arrogante.

A pomba indefesa no muro

Não é da paz, condenada natureza.

Sua prole morta, a sua,

É a nossa.

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 04/05/2014
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