Assim juntaram seus pais, Peixe-boi

Rio Amazonas, costa do Mazagão, 30 de abril de 2014.

Um Peixe-boi lá do seu mato

Um dia teve coragem

Mas a amada tava no alto

Presa em uma barragem

- Ó Rio amigo

Eu conto contigo

Subir eu não consigo!

- Eu poderia te levantar

Não falta água pra flutuar

Carece algo pra alavancar

Eu já sei!

Com a Chuva empurrarei

Recado lhe mandarei

O Peixe-boi bem resolvido

Foi com a Chuva dialogar

Que respingava um fio tímido

Uns pingos bestas a molhar

- Ô Chuva viu?

Ajuda o rio

Que meu amor até sorriu

- Até lhe trago um aguaceiro

Pra este rio ficar bem cheio

Mas do que tu queres alcanço o meio

Coisa e tal

Avisa pro Vendaval

Formemos um temporal!

Um vendaval mal-humorado

De todos sua a ausência

O Peixe-boi intimidado

Pediu em um "com licença"

"Ó vento norte

Tu sendo forte

Ajuda a minha sorte"

"Tu atrapalhas o meu trabalho

Por um capricho ou ato falho

Só dessa vez eu quebro o galho

Assobio

Umbora chuva e rio

Cadê dos três o brio?"

O Rio, a Chuva e o Vendaval

Um Peixe-boi que não recua

A água cresce mais que o normal

- Vamo pedir ajuda à Lua!

- Minha irmãzinha

Lua Rainha

Dai-nos uma mãozinha

- A tua sorte é que estou gigante

Estou bem cheia e até radiante

Então receba minha lançante

Preamar!!

Eu conto um, dois e já

Mais um casal a namorar

O Peixe-boi e a sua amada

Na impressão que tiveram cada

Ele relembra o tudo ou nada

Dela a rima

Aos filhos ela ensina

- Que Esforço ao Amor combina