Código da Natureza
Minha vida está algemada ao destino
Que corre indiferente: rumo desconhecido!
Sou apenas peão, lavrador deveras destemido
Que semeia palavras como andaluz peregrino.
Estrada longa... Névoa e poeira como alimentos
E rodeado por matagais virgens e solitários
Que abraçam animais silvestres e um campanário
Perdido entre exuberantes copas cativas do tempo.
Aqui e ali pássaros entoam sonatas maviosas
E a noite despenca sobre corcéis de tribos ociosas
Pelo deleite dos ritmos do bailado das gentes...
As horas se despedem a cada instante lineares,
Sempre remoçando paisagens, envelhecendo paladares
Que se nutrem pelo sabor das desvairadas sementes!