Breve história do homem e da mãe natureza
No princípio era o nada
E o nada gerou o tudo
E o tudo ainda levava a nada
E assim surgiu o acaso
E o acaso gerou o caso
E o caso era complicado
E o complicado era um ponto
E o ponto era a terra
E na terra nasceram plantas
E mares, minérios, e tudo
E então nasceram outras vidas
No meio disso, nasce o homem
Frágil, delicado e indefeso
Parecia que não iria durar
Mais fraco do que tudo que há na terra
Nada podia dominar
E o homem viu as dificuldades impostas
Pela mãe natureza que o gerara
E decidiu dela se vingar
Dominando água, fogo, terra e ar
Surpreendentemente, não era a força física o fator maior
para se alcançar o topo da cadeia alimentar
E o homem dela se apropriou
Tornando-se o mais temido dentre os animais
A mãe natureza ele não poupou
Implacavelmente a furtou como pôde
A vingança do homem foi mais do que cruel
"Quem é frágil, delicado e indefeso?"
Negou a mãe natureza e sua criação
Criando para si pais e mães diferentes dela
E parecidos com ele próprio
Mesquinhos, assassinos e, é claro,
com grande poder de autodestruição
a quem ajoelha-se para pedir suas coisas egoístas.
O homem deu a volta por cima
Ignorando os pedidos de clemência
de sua progenitora, para ele desnaturada
Porém que tanto o amou a ponto de confiar
a tal rebento o poder mágico da cognição
Poder jamais dado a qualquer outro vivente
Mas o homem não reconhece tal presente
Até que a mãe começa seus lamentos
Iniciando um grande castigo
Lamentando alto por seu grande erro:
ter dado tanto poder ao homem
ainda ele, apesar de tudo,
frágil, delicado e indefeso.