O IMIGRANTE

Tronco e terra...

Árvore, ramada e fruto,

semente que o vento bruto

soprou de verdes vales

e de longínquos montes...

Ficaram para trás

os velhos horizontes

e o mar profundo

nos sulcos da saudade.

Há pela frente um novo mundo,

floração de esperanças,

orvalho de vida.

Enquanto chora, a lembrança,

uma canção de despedida.

Nos esponsais da terra virgem

o campo e o mato

em messe transformados,

junto ao ribeiro desenhado,

imitando o rio da origem.

No vale dos caminhos

o sol morre e nasce...

As geadas e os invernos

encanecem o pampa e a face.

Honra e trabalho

legenda de brasão

que a luta enobreceu.

Força constante e viva,

sublime doce preço

por uma pátria adotiva

- regaço de uma tumba

e ao mesmo tempo berço.

No jardim do cemitério,

na paz da campa

que a carinhosa brisa

que vem do leste afaga

o nome e a data

que a memória eterniza

e o tempo, impiedoso,

apaga...

Waldy Würdig
Enviado por Waldy Würdig em 08/03/2014
Código do texto: T4720919
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