Orvalho Matinal

Depois de uma madrugada

De fortes tempestades,

O dia nascera feio...

Nuvens cinzentas e negras

Escondiam um firmamento

Que queria ser azul...

Com o sopro dos ventos,

As folhas caíam desnudas,

Formando imenso tapete

Sobre um solo úmido e escorregadio...

Os pássaros tagarelavam

Lindas melodias e cobriam

O espaço natural

Com sinfonias douradas...

No canteiros dos jardins,

As flores emolduravam o ambiente

Levando suave perfume

Aos olfatos inebriados de harmonia...

Um sol tímido e meio apático

Teimava em surgir no horizonte

Sufocado que estava pela atmosfera.

Árvores frondosas recebiam

O beneplácito de pequenos animais

Que singravam seus troncos

Em busca de abrigo e alimento...

De repente tudo escureceu

E a chuva voltou a inundar

Os campos e os vales

Envoltos por uma névoa

Que se estendia além

Das montanhas vazias...

Percebi em meus olhos

Lágrimas pungentes e arredias...

Era o orvalho em mim

Encantado perante tanta beleza

E agradecendo à vida

O respirar de mais um dia!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 15/02/2014
Código do texto: T4692577
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