Orvalho Matinal
Depois de uma madrugada
De fortes tempestades,
O dia nascera feio...
Nuvens cinzentas e negras
Escondiam um firmamento
Que queria ser azul...
Com o sopro dos ventos,
As folhas caíam desnudas,
Formando imenso tapete
Sobre um solo úmido e escorregadio...
Os pássaros tagarelavam
Lindas melodias e cobriam
O espaço natural
Com sinfonias douradas...
No canteiros dos jardins,
As flores emolduravam o ambiente
Levando suave perfume
Aos olfatos inebriados de harmonia...
Um sol tímido e meio apático
Teimava em surgir no horizonte
Sufocado que estava pela atmosfera.
Árvores frondosas recebiam
O beneplácito de pequenos animais
Que singravam seus troncos
Em busca de abrigo e alimento...
De repente tudo escureceu
E a chuva voltou a inundar
Os campos e os vales
Envoltos por uma névoa
Que se estendia além
Das montanhas vazias...
Percebi em meus olhos
Lágrimas pungentes e arredias...
Era o orvalho em mim
Encantado perante tanta beleza
E agradecendo à vida
O respirar de mais um dia!