A Mulher na Floresta
Na mata, na mata adentro,
Havia, havia uma dama
Com flores coloridas nos cabelos,
E um vestido verde-grama.
Ao lado, ao lado de uma árvore
Que se erguia com a raiz nua,
Eu a vi, eu a vi sentada
Sob a branca luz da lua.
Ela então, então olhou para mim
E de relance, ela me sorriu,
Eu sorri de volta para ela
E não percebi que ela sumiu.
Procurei, procurei nas árvores,
procurei, procurei nos arbustos,
Mas apenas ouvi um uivo vindo,
E uma saraivada de latidos curtos.
Corri, corri para longe,
Tentando fugir da floresta,
Mas cães e lobos me cercaram,
Não me deixando nenhuma fresta.
Então, eu vi um caveleiro,
Em sua cabeça, galhadas de cervo,
Em sua mão, uma grande lança,
Em meu coração, apenas medo.
Então, ouvi uma doce voz,
Falando em tom cortês:
“Deixe que vá, deixe que vá, meu irmão,
Ele é só um pobre camponês.”
O cavaleiro então falou,
sua voz, poderosa como um trovão:
“Se o deixo ir agora,
uma dia ele voltará então.”
“Não voltará, não voltará não.
Agora o medo da floresta o atormenta.
Ele então se lembrará de nós,
A cada ano, na sua colheita.
“Escuta, então, ó camponês,
A tua sorte, você mesmo faz,
Parte agora para tua casa,
E deixa esta floresta em paz.”
Corri, corri para longe,
Nem cavaleiro, nem cão me seguiu.
Cheguei, cheguei à borda da floresta,
Se algo veio junto, ninguém viu.
Hoje, a cada dia de colheita
Percebo que de louco é minha fama,
Por levar um feixe de oferendas
Para agradecer àquela dama.
Publicado originalmente em barddkunvelin.wordpress.com