Vento

O vento soprou entre as nuvens e naufragou

Dentro de um penhasco de profunda solidão,

Diante da intensa correnteza teve de si compaixão

E se transformou em vagas para evitar a dor...

Cambaleou por entre pedras e atingiu o cume

Da aventura rodeado por infernais precipícios,

Voltou a soprar lento para afastar homicídios,

Mas novamente despencou e não ficou impune...

Magistralmente ferido, pranteou saudades

De ver-se livre e de comandar as tempestades

Que carregam em si o dogma das destruições...

O tempo o reabilitou perante suas cicatrizes

E, assim, copulou e fecundou brisas felizes

Que aprenderam tão somente a refrescar corações!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 05/02/2014
Código do texto: T4678554
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