Ainda dá tempo
Ainda dá tempo?
de curar a febre
do planeta?
de fechar as chagas
da nossa terra?
de fazer novo
o que sobrou?
Ainda dá tempo?
de esparramar
pó de alegria,
adubo de risos
e respingos de felicidade
neste solo carcomido
que ainda restou?
Ainda dá tempo?
de ideologias,
mais serenas e
bem-intencionadas,
de construções seguras
e bem planejadas
com alicerces de amor?
Então, resgatem da UTI
nosso planeta,
que só nos acolheu
e nada nos tirou.
Deu-nos água cristalina,
teto,
abrigo,
e arrimo.
E olha só como ficou:
Em brasas de febre
que não se aplaca.
E queima a todos
a quem tanto amou.
Ainda há tempo?
Responda-me
a fala de um doutor!