Estações da Tribo
Geada.
Filha da presa gélida do inverno.
Cortejada por vento.
Arauto da mais escura das estações;
Quando ambos estão entre nós,
Obrigando as famílias ao recolhimento,
Trazendo as vozes dos espíritos,
Dos quais temos de nos disfarçar,
Abrindo os portais da terra dos mortos,
Permitindo que os Antigos venham nos visitar,
Trazendo a época soturna,
Trazendo a época onde a saúde é frágil,
Trazendo a época em que o sol se afasta,
Sabemos que é o sinal do Samhain.
Frio.
Meio do inverno.
Quando o vento, arauto dos mortos,
Sopra com mais força,
Carregando o uivo dos cães de Annwn.
Nessa época, tão fria e longe da luz,
A Grande Rainha galopa o mundo
Para anunciar o retorno da luz,
O nascimento do seu filho,
Que carregará o sinal do sol.
No meio da treva, após o Samhain,
A luz nasce para a Terra,
Ela é buscada pela Deusa-Soberana,
Para crescer, e reger novamente o mundo.
Flores.
Início da primavera.
Os sinais do inverno ainda persistem.
As árvores ainda lutam por suas folhas,
Os arbustos ainda lutam por suas flores.
Mas o primeiro a florescer era o estrepeiro,
Ele era o sinal do final do período gélido,
Da derrota do inverno, velho já,
Para o jovem cavaleiro que nascera no seu auge.
Era o sinal do retorno da vida,
Na lactação das ovelhas,
Era o sinal de Brigantia, deusa dos poetas,
Dos curandeiros e dos ferreiros.
O momento da comunidade despertar.
Vida.
Anunciando a chegada do verão.
Dias quentes, de trabalho duro,
Feito com alegria e canções.
A Tribo e a Terra alcançando a plenitude.
É a hora da alegria,
Da maior das celebrações,
Antes do período do trabalho mais duro.
É a hora de abençoar a vida,
Trazer a proteção divina à Tribo.
É chegada a hora da música, e dança,
É chegada a hora de louvar a vida,
É chegada a hora das duas fogueiras.
É o momento do Beltane.
Sol.
Meio do verão.
O calor varre a terra.
O suor dos homens corre.
Os resultados começam a aparecer.
Primeiros frutos dos pomares.
Primeiros grãos das plantações.
Sol no auge do céu.
É o dia mais longo do ano.
É o dia dos primeiros tributos.
À rainha das fadas de Knockáine.
Ao rei do Outro Mundo,
Senhor das Ondas.
Esse é o dia do aluguel.
Chuvas.
Chegada do outono.
Tempestades do final do ciclo.
Anunciando o novo fechamento.
É o momento do luto da Terra.
É o momento do funeral de Tailtiu.
É o momento da batalha de Lugh e Balor.
É o momento dos jogos viris.
É o momento da colheita.
Do inverno ao outono.
Do Samhain ao Lughnasa.
Os festivais são um ciclo.
Um atrás do outro, em ordem,
Ciclos da Terra, ciclos da Tribo.
Publicado originalmente em barddkunvelin.wordpress.com