Monólogo da Mãe Natureza

Cultivo no meu jardim

uma árvore de valores,

repleta de belos ramos

e folhas multicolores.

A raiz é o alicerce

da sua sobrevivência

e vai sugando da terra

compreensão e paciência.

O tronco é a saúde

dos ramos, entes queridos;

fixam delicadas folhas,

de sentimentos vividos.

São estas folhas suspensas

por laços de lealdade

que murcham tão facilmente,

na distância e na saudade.

Fabricam sais de alegria,

de carinho e confiança,

protegendo da tristeza,

e alimentando a esperança.

Por vezes escondem um ninho

no tronco, bem abrigado,

protegendo um passarinho,

um futuro aliado.

A seiva que cozinharam

gera energia sem fim

circulando com vigor

nesta árvore de jardim.

Trabalhando arduamente,

com afeto e com verdade,

surgem pequenos botões,

laços de sanguinidade.

E esses botões florescem

frágeis, fortes, atrevidos,

com toda a sua beleza

resistindo aos perigos.

Dos botões se formam flores

guardadoras de segredos;

sorriem à luz do Sol,

recolhem, expiando medos.

Flores que vão persistindo

mesmo na adversidade

mas, com força, transformando

a dor em prosperidade.

E então serão belos frutos,

se o tempo assim permitir,

e não haverá bicharoco

que os faça desistir.

Por fim, os frutos aguardam

no tempo de gestação

ser semente de valores

numa próxima geração.

Pelo capricho do vento

ou no bico de um pardal,

caindo, jazem na terra

crendo no momento ideal.

E assim volta esta história, ao seu ponto inicial!

Cultivo no meu jardim

uma árvore de valores,

repleta de belos ramos

e folhas multicolores…

MAR da Rocha
Enviado por MAR da Rocha em 19/01/2014
Reeditado em 22/01/2014
Código do texto: T4655759
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