TÃO PEQUENINO QUANTO
Um dia eu já fui
Tão pequenininho quanto Joaninha
Disse eu a mim
Impossível acreditar
Disse meu outro eu
Já com as barbas brancas
E foi Joaninha quem me confirmou
Quando voou do jardim
E pousou sobre meu dedo
Como se ralhasse comigo
Por ser tão descrente no que eu dizia
E mexia suas antenas
Feito espada em riste
Tão indignada estava
Com quem não queria
Acreditar na poesia da vida
Compenetrado a encarei
Ela pareceu ter cumprido sua missão
Abanou suas asas e partiu
Eu fiquei sentado na cadeira
A pensar que já não era mais tão criança
E nem tão pequeno assim...
Enquanto isto o mundo girava
E eu entrava na sua roda viva...
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15.01.14
PS. Este poema é uma inspiração na poesia de Manoel de Barros. Ele é grande, eu???... tão pequeno quanto uma Joaninha.