Ontem, Hoje, Amanhã
Outrora, vivemos nos campos
Outrora, os bosques ao nosso lado
Outrora, a Terra trabalhada se avizinhava
Da Terra selvagem intocada.
Outrora, nosso ar era puro,
Outrora, víamos mais cores,
Outrora, ouvíamos as vozes
Dos livres pássaros canoros.
Outrora, vivíamos ao ar livre,
Outrora, nossas crianças corriam,
Outrora, dançávamos nas vilas,
Tendo os bosques como testemunha.
Hoje, presos, temerosos,
Desconfiados, teimosos,
Atemorizados, preguiçosos,
Tendo prazer em confortos
Que nunca precisamos antes.
Hoje, com medo de mudar,
Hoje, com medo de crescer,
Hoje, com medo de nós mesmos,
Hoje, com medo de olhar para trás
E reconhecer onde foi que erramos.
Hoje, destruímos a nós mesmos,
Hoje, destruímos nossa terra,
Hoje, destruímos nossos irmãos animais
Hoje, só não tememos destruir
A única casa que todos partilhamos.
Amanhã, o que sobrará?
Amanhã, onde viveremos?
Amanhã, o que beberemos?
Amanhã, sob que céu poderemos nos sentar
para apreciar a majestade das estrelas?
Amanhã, o que comeremos?
Amanhã, que ar respiraremos?
Amanhã, que sorrisos mostraremos?
Amanhã, quando não existirem mais cores na Terra
Nem as vozes dos animais.
Amanhã, nossa Terra estará ferida,
Amanhã, nosso Céu estará escuro,
Amanhã, nosso Mar estará morto,
Amanhã, se não reconhecermos onde erramos,
Amanhã, se não aprendermos o nosso lugar,
Amanhã, se nada mudar,
Amanhã.
Publicado originalmente em barddkunvelin.wordpress.com