FONTE ARTIFICIAL

A arte arteira

Dos poços artesianos,

Que sonda a terra

E perfura a artéria,

Retirando do seu seio

O leite e o mel

Que encontra na veia

Desse ventre materno.

Sugada por bomba

Ou carretel,

A água dos confins

Vem até a superfície

Por meio de artifício

Em forma de orifício

Inspirando menestrel.

Essa sabedoria

Faz coisa que um dia

Ninguém pensava que podia.

Mas tem uma preocupação

Porque pode haver falsa ilusão

Que chegou a salvação

Do sofrido Sertão.

A perfuração desenfreada

Pode secar os rios em um palito

Fazendo da terra uma tábua de pirulito

Se ninguém der o grito.

Autor: Sebastião Santos Silva