Sou apenas passarinho
O homem usava um machado enorme
E a mata de dia e de noite
Se abria como um vazio
Numa página de um poema.
As árvores seguiam um destino certo:
No chão, eram só galhos secos
Folhas ao acaso do vento.
Os animais eram filhos soltos no mundo
Sem nunca encontrar a mãe.
E minhas asas cansadas sobre o céu azul
No mesmo voo explicavam
Como que para mim:
_ Sou apenas um passarinho!
De onde eu ouvia em minha alma
Que estava sem destino.